Um pouco a continuação do anterior ....
As boas pessoas não tiram férias nem têm horário de
trabalho. Ninguém as recompensa pelo que fazem, nem elas desejam esta
recompensa. São feitas de um material pouco usual, mas é desse modo que
entendem a vida, e é assim como fala a elas o seu coração.
Entretanto, ser bom não é ser ingénuo. É ter valores
próprios pelos quais lutar e que nos definem, mas no momento em que nos
sentimos vulneráveis ou usados de forma egoísta, há algo por dentro que começa
a se quebrar. No momento em que as boas pessoas se deixam levar por uns e por
outros sentindo a sombra do egoísmo em cada movimento, aparece a sombra da
decepção. Então já não esperam nada, porque deixam de acreditar em si mesmas.
Na realidade, é algo mais complexo do que pensamos. Quando
alguém faz as coisas por livre e espontânea vontade, é seu espírito quem o
guia, é a espontaneidade e sua própria integridade. Mas quando outras pessoas
vulneram esses princípios para chegar a um objectivo em busca de um benefício
próprio, em lugar de culpar quem os manipulou, elas culpam elas mesmas. É o
mais comum.
As boas pessoas ouvem que são ingénuas, que dão muito, que
não sabem intuir as coisas, as pessoas…. E tudo isso, todos estes comentários
negativos, vão minando pouco a pouco a auto-estima de um modo perigoso.
As boas pessoas e seus castelos. Quando percebemos a invasão
dos outros em nossos espaços pessoais, costumamos criar estratégias para nos
protegermos. E mais ainda, responsabilizamos os outros por esta ofensa. Mas no
caso das boas pessoas, isso nem sempre acontece desse modo.
Devemos ter claro que todos nós precisamos ter um espaço de
controle, um limite pessoal depois do qual é obrigatório elevar nossos muros
para não ficarmos vulneráveis. Para se convencer ainda mais sobre isso, é
importante ter em conta esses simples aspectos:
Estabelecer limites não vai afastá-lo dos outros. As boas
pessoas têm todo o direito de dizer “chega” sem que sejam chamadas de egoístas.
Sabemos que quem as rodeia está mais do que acostumado a que sempre digam sim,
a que estejam disponíveis com um sorriso.
Estabelecer limites vai ajudar você a conhecer a si mesmo e
aos outros. Você deve saber até onde quer chegar, e a partir daí, devem se
ajustar também os demais.
No momento em que estes limites estiverem claros, as
relações serão mais saudáveis.
Isso o ajudará a ter um melhor conhecimento de si mesmo/a.
Mesmo o amor precisa de limites
Se alguém pensava o contrário, está enganado. Não há
contexto mais necessário no qual marcar limites claros do que nas relações
afetivas, familiares ou de amizade. Em realidade, não haverá forma mais afectuosa
e de companheirismo do que poder dizer com tranquilidade um “não” sem nos
preocuparmos com medo de que a outra pessoa se sinta ofendida ou contrariada
por isso.
Dizer “eu gosto de você” não irá se traduzir jamais em
“estou disposto a fazer o que você me pedir no momento em que você desejar”.
Gostar de alguém, seja esse alguém seu par, um amigo ou até
um familiar, é poder actuar com liberdade de acordo com nossos princípios,
sabendo que vamos ser respeitados a todo momento.
Dizer “chega” nunca o fará ser má pessoa
Antes de convencer os outros, você deve se convencer a si
mesmo. É necessário poder dizer “chega”, e dizê-lo em voz alta com convicção,
sem nos envergonharmos por isso nem nos sentirmos mal. Pense que se dia após
dia, você ceder em tudo aquilo que lhe pedem, o que acaba acontecendo, na
verdade, é que estão roubando sua energia, a auto-estima, e, por sua vez… vão
convertê-lo em alguém que você não é.
Chegará um momento em que, quando desejar ajudar alguém de
verdade, isso vai se tornar impossível. Você não terá forças, nem ânimo, e pior
ainda, já não acreditará em você.
Fonte: portalraizes
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