terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A dor emocional que ninguém vê e que todos escondem


Podemos dizer, sem equívoco, que nesta vida existem, geralmente, dois tipos de pessoas:
· Aquelas que interiorizam a sua dor emocional e lá se vão controlando no dia a dia com valentia e superação pessoal. São personalidades que não se deixam vencer e que mantêm as suas cicatrizes, sabendo que são parte de suas vivências e do que aprenderam.
· Por outro lado, há aquelas outras  pessoas que fizeram da sua dor emocional a sua amargura pessoal. Se sentem tão feridas que provocam mal estar a quem se encontra à sua volta. Deixam de confiar em si mesmas e nos outros e encaram o dia a dia com negativismo.
A dor emocional é sempre essa ferida interna que, se não for gerida de forma adequada, pode se traduzir, por sua vez, em doenças. É o que se “somatizar”, ou seja,  quando um problema emocional nos supera, todo o nosso organismo sofre as consequências  até ao ponto de sentir certos sintomas.
As mais comuns segundo sei:
Enxaquecas, problemas musculoesqueléticos, dores de estômago, problemas digestivos, insónias, ansiedade,tonturas e agonias …
Todos nós, de alguma forma, já vivemos esses momentos difíceis em que o sofrimento passa do pensamento e do mundo emocional para o nosso corpo.
É inevitável que assim seja, mas isso  não significa que devemos nos render a esse mal estar emocional.  A vida segue seu curso e nós merecemos continuar respirando, continuar com a ilusão da esperança.
E como gerir a dor emocional? Temos o direito de chorar e sentir raiva, porque somos  pessoas e, como tal, necessitamos  de canalizar as nossas emoções.  Não gosto que me digam:  não chores, olhe para frente e esquece  tudo, faz como se nada tivesse acontecido…
Desde quando temos de virar a cara aos que nos fazem mal? Nunca. Deve-se olhar o “inimigo” do momento cara a cara, compreendê-lo e saber porque nos está a prejudicar, se se conseguir…... Para mim para fechar um assunto necessito de “entender, compreender” e não fugir, mas isso é se conseguir, não conseguindo no momento nem que seja daqui a 5, 10 anos eu vou saber e entender o porquê de certas atitudes.
Chorar é algo necessário, higiénico e saudável. Assim como sentir raiva e irritação. Tudo isso tem um nome  desabafo emocional e, como tal, deve ser vivido durante um curto período de tempo, tentamos que assim seja, principalmente para quem consegue…..
Quem não consegue desabafar não “descarrega” e isso, a longo prazo, traz consequências.

Todos temos o direito de nos priorizar , não só temos o direito de nos priorizar, como também é nossa obrigação  permitir-nos aquilo que queremos  e necessitamos.

o       È preciso tempo? Damos umas semanas para nós mesmas.
o       Gostamos de nos sentirmos úteis? Tomemos as nossas  próprias decisões e definamos os  novos objectivos que nos motivam.
o       Queremos ser felizes? De certeza que existem coisas no nosso dia a dia que devemos e podemos deixar para trás. Porque, o momento de reflectir e tomar decisões.

Como já se encontrou consigo mesma e agora que já viveu, já teve algumas experiências, que já fez as suas aprendizagens e que já viveu a dor emocional de várias maneiras, é o momento de se “reinventar”.

o        Então, paremos para pensar e façamos a pergunta a nós próprios que pessoa gostaríamos de ser: Alguém mais forte? Mais seguro? Alguém capaz de alcançar os nossos sonhos?
o       Para nos reinventar, necessitamos de alimentar novas esperanças e ilusões. Nunca é tarde para fazer mudanças, para pegar de novo esse comboio que um dia deixamos passar. Falo por experiência própria.
o       Temos de nos rodear de pessoas que favoreçam o nosso crescimento pessoal, que nos ajudem e que não levantem obstáculos à nossa identidade ou autoestima.
A dor emocional se supera com novas ilusões, com novos alentos e esperanças. São feridas internas que cicatrizarão pouco a pouco e que a cada dia doem um pouco menos. Teremos esperança que assim seja……..
O desabafo emocional deve ser pontual e para quem conseguir deveria levar muito pouco tempo a passar, isto é o que eu penso, não quero dizer que o consiga fazer e sentir.
Se passarmos muito tempo a deixarmos levarmos-nos  pelas emoções negativas, corremos o risco de cair em  depressão; jamais, jamais ( se ainda não a tem ). E quando assim acontece chegou a  hora de pensar em procurar ajuda.

Vamos tentar ultrapassar em nome da nossa paz de espírito e do nosso coração principalmente, certas querelas, porque só temos uma vida….. falar é fácil agora pôr tudo isto em prática , não é fácil. Como tenho  dito sempre na Psicologia Positiva a coisa que para mim não encaixa é a palavra perdão. E cá está ela a atormentar-me ….

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