Princepezinho chegou ao meu mundo no dia 1 de Maio de 1971,.Foi um Senhor
que trabalhava comigo que tinha idade
para ser meu pai o Engº Resina Rodrigues a quem rendo as minhas homenagens,
felizmente ainda está entre nós. Um homem com uma cultura brutal e com quem
aprendi muito. Deu-me a medo com vergonha, aliás não teve coragem de mo dar
pessoalmente e deixou-o em cima da minha secretária, Naquela altura a palavra “respeito”,
então relativamente a ele era sagrada. Ficou com receio que me parecesse mal. Claro
que, quando abri o embrulho e vi aquele livrinho fininho e com aquele título
fiquei passada e perguntei-lhe; porque é que o Senhor Engenheiro me deu este
livro? ( achei que me estava a chamar “criança” indirectamente ) não conhecia o
livro. E a resposta fez-se imediatamente; dei-lho porque primeiro acho que o
merece, segundo gostava muito que “visse mais para alem dos seus olhos”, se conseguir
interiorize as mensagem que estão lá, porque eu quero acreditar que vai ser uma
pessoa maravilhosa, etc, etc, só quero dizer que chorei com as suas palavras e
lembro-me como se fosse hoje que cheguei a casa e enfiei-me na casa de banho e
li o livro nessa noite todo ( não sei o porquê da casa de banho, não me lembro
) No dia seguinte quando ele chegou disse-lhe: Engº Resina já li o livro todo e
juro que farei os possíveis para seguir toda aquela filosofia de vida, porque
adorei. E foi assim que começou a minha odisseia de me fazer como pessoa. Como
já disse muitas vezes foram estes Senhores e Senhoras com quem trabalhei (
comecei a trabalhar aos 15 anos !!!! trabalhar!!!! ) que me ensinaram muito da
vida, porque me adoptaram, O Eng. Resina, O Engº Sadanha Lopes, o Engº Fausto
Reis, o Engº Soares Machado e tantos outros que nem dá para enumerar, quer me
ensinaram aq ser gente fora da minha zona de conforto a minha casa. Uma vénia do
tamanho do mundo a todos eles, que me
devem estar sempre a seguir…..
Naquela
altura, achei aquelas palavras lindas e o livro lindo, mas obviamente apesar de
já ser grandinha, não entendi verdadeiramente o que tudo aquilo queria dizer,
mas sabia que iriam estar sempre presentes aquelas palavras na minha mente (
como ainda estão ) Como tudo mudou tão de repente …..
Comecei pelos planetas pelos quais o Pequeno Príncipe havia
passado…
Longe
de ser um livro infantil, só vim entender essa e outras mensagens ao longo da
minha vida. Reli sabe-se lá quantas vezes.
Hoje, este clássico de Antoine de Saint-Exupéry , será
que continua actual? fiz questão de
fazer uma nova leitura e separar 14 frases que penso que só os adultos entenderão:
1 – “Todas as pessoas grandes
foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso.”
É engraçado como,
muitas vezes, não nos permitimos viver as coisas boas – e aparentemente
impossíveis – simplesmente porque “parecem coisas de criança” e “não são mais para a nossa idade”.
Há
quem perca grandes oportunidades de realizar sonhos quando pensa já não é
criança, isso é um tremendo de um disparate como ler o asterix ou o Tim Tim,
não deixar sujar o cantinho da boca (ou
a boca inteira, no meu caso) ao comer um gelado etc, etc…
Olhe
para si e lembre-se de quem é de
verdade! Adultos são apenas crianças que aumentaram de tamanho. Os sonhos, lá
no fundo, permanecem mágicos!
2 – “Quando a gente anda sempre
em frente, não pode ir muito longe.”
As
nossas maiores conquistas são alcançadas quando exploramos outras direcções
além das que nos colocam na nossa zona de conforto. Muitas vezes, é
necessário necessário recomeçar outra trajectória, pois não demos conta de coisas valiosas naquele
caminho…
3 – “Elas [as pessoas grandes]
adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas
grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. […] Mas perguntam:
Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?
Somente assim é que elas julgam conhecê-lo.”
Vivemos
numa sociedade na qual as pessoas valorizam mais o “ter” do que o “ser”.
Apresentamos namorados/amigos/parentes “advogados”, “médicos”, “empresários”,
mas nunca pessoas “gentis”, “carinhosos”, “pacientes”, “tolerantes”.
Números
atraem, mas sozinhos não dizem nada, nem nas expressões matemáticas. Pensem
nisso!
4 – “Nem todo mundo tem amigo.”
Para
mim, uma das frases mais célebres do livro. Amigo é algo valioso, que só se
consegue por mérito, paciência, gentileza e respeito. Amigo é quem tem a nobreza
de aceitar o outro do jeito que ele é. Parar, prestar atenção e perceber que a
“verdade” do outro” também faz sentido. Se não for na sua vida, fará na dele.
Há
quem tenha a sorte de ter vários! Há quem, no entanto, desconheça a existência
de algum…
5 – “É preciso que eu suporte
duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”
Certamente
não se lembra, mas para ficar de pé precisou de gatinhar, segurar nas paredes, e
sofás, ensaiar passos – muitas vezes frustrados – para, finalmente, caminhar
pela casa.
Foram
necessários esforços e abdicações, erros e tentativas, pois crescer é isso! É
preciso sair e enfrentar os medos, as angústias, os tropeços. Eles fazem parte
da vida e da paisagem linda que ela dá
quando composta pelas borboletas.
6 – “Ele não sabia que, para os
reis, o mundo é muito mais simples. Todos os homens são súditos.”
O
cenário está longe de ser exclusivo de uma monarquia e o que digo está longe de ser uma reflexão partidária. No
entanto, para quem tem – ou almeja – o poder nas mãos, o resto é subserviência.
Na verdade, os “reis” precisam bem mais dos seus “súditos” que os “súditos”
dele…
7 – “É preciso exigir de cada
um o que cada um pode dar.”
Não
exija dos outros aquilo que eles nunca prometeram ldar-lhe, nem se obrigue a
oferecer algo que não lhe pertence. Um amor, uma amizade, um carinho, um abraço,
um reconhecimento, um pedido de desculpas, tudo acontece naturalmente e só tem
valor quando é entregue sem cobranças.
8 – “O essencial é invisível
aos olhos, e só se vê bem com o coração.”
Uma
das frases mais conhecidas de Antoine de Saint-Exupery e talvez, a mais
verdadeira. O melhor de um amor, de uma viagem, de um encontro ou de um
presente não é o que transmite aos outros, mas o quanto nos toca o coração.
Amores
não se tornam mais verdadeiros quando atestados em contratos; Viagens não são
mais incríveis pela quantidade de fotos que foram tiradas. Amizades não são
mais honestas quando os envolvidos se falam todos os dias.
O
essencial a gente sente e, ao sentir, a gente sabe.
9 – “É bem mais difícil julgar
a si mesmo que julgar os outros.”
Muitos
sabem que olhar para dentro dói e, se é para magoar alguém, melhor que seja o
outro…
10 – “A gente só conhece bem as
coisas que cativou.”
Essa
frase é engraçada porque define muito bem o que a gente sente no decorrer da
construção de uma relação, seja ela de que tipo for. No começo, o outro parece
longe, mal sabemos os seus gostos e
preferências. Mal se sente a sua falta.
Depois,
é como se tudo ficasse mais próximo e a pessoa se “fizesse” necessária na sua
vida. Daí paramos e pensamos: “Mas eu nunca imaginei. Era algo tão distante…”
Era,
mas criou laços, cativou!
11 – “É bom ter tido um amigo,
mesmo se a gente vai morrer.”
Porque
amigos verdadeiros nunca, nunca morrem! ♥
12 – “Os homens embarcam nos
trens, mas já não sabem mais o que procuram.”
O
imediatismo social no qual vivemos nos proporciona viagens que, muitas vezes,
nem desejamos fazer.
Jovens
no primeiro quarto da vida, são
pressionados a estabelecer uma profissão para uma vida inteira por vezes. As mulheres
eram ( agora já não) pressionadas a
casar antes dos 25, ter filhos antes dos 30 e, não bastasse, ser bem sucedida
antes dos 35, agora a apartir dos 35 nsão descartáveis. Os Homens precisavam
sair da casa dos pais, ter uma carreira promissora, e nunca, jamais, recusar sexo.
Como
diria Mafalda, “isso não é vida, é um fluxograma!”
13 – “A gente corre o risco de
chorar um pouco quando se deixou cativar.”
Um
pouco? A gente chora é muito! E chora pelas conquistas, pelas derrotas, pela
saudade, pelos abraços que consolam, pelas palavras que incentivam… E, claro,
pela confiança quebrada.
Criar
laços é iluminar os olhos, nos dois sentidos.
14 – “E nenhuma pessoa grande
jamais entenderá que isso possa ter tanta importância!”
Nenhuma …
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