“ ...Hipocrisia me dá licença que minha sensatez tem pressa
e quer passar.”
Quem dita as suas regras afinal? Sou eu, é você, ou uma
sociedade cheia de princípios furados e que não vê um palmo à frente do nariz?
Desde pequenos somos orientados a seguir um padrão de ética
que rege a comunidade na qual habitamos. Aprendemos o conceito de certo e
errado, e que se não seguirmos cada passo da Cartilha do Bom Comportamento,
seremos punidos – e de forma severa. Tudo estaria bem e seguiria seu curso
normal, se em um determinado momento de nossas vidas não nos deparássemos com
as mesmas pessoas que nos ditaram as regras, infringido-as. Aí a coisa começa a
complicar: Pode-se tudo ou não se pode nada? Os “porquês” começam a aparecer, e
com eles uma enorme sensação de ter sido enganado durante todo o tempo.
A maior hipocrisia é não admitir ser hipócrita.
Que atire a primeira
pedra quem nunca desviou umas das leis da sociedade, quem nunca fez algo só
porque sabia que era proibido? e o proibido é muito mais gostoso. Quem nunca
mentiu, traiu ou sentiu vontade de? Fala-se de mentira como se ela fosse a pior
coisa do mundo e que só alienígenas vindos de Marte fizessem, mas quem nunca?
Somos feitos disso. Vontades, desejos, anseios; e acho um tremendo dispararte
ter de ficar reprimindo-os só porque alguém disse que eu não poderia ou não
deveria…..
Quer queiramos quer não, somos sempre, objectos do
julgamento alheio. Temos medo de uma opinião contrária, de um “revanchismo”.
Vivemos em função de sermos aceites ou não. Embora saibamos que sim, existem
coisas que possuem a sua receita, como a receita de um bolo e que não mudam.
Não podemos viver a nossa vida querendo e não nos permitindo, e o
pior, recriminando quem tem coragem de fazer. A liberdade está aí para todos,
mas cabe a nós decidir até que ponto ela vai tornear e fomentar a sua vida.
Estamos cercados de pessoas prontas para nos darem aquelas
lições de moral baratas e nos dizerem em
que direção devemos seguir, mas o que elas não sabem, é que por mais que
digamos que nunca faremos isso ou aquilo, somente diante do fato é que isso
será decidido. Eu já perdi aquela mania de dizer “nunca”. Acho chato quem vive
numa redoma de vidro se sentindo superior e dono do bem e do mal; acho chato
quem nunca sucumbiu à uma tentação, seja ela qual for; acho chato quem não tem
história uma história de vida para contar. Triste daqueles que vão passar pelo
mundo e fizeram uma viagem perdida, porque no auge de sua hipocrisia, não foram
capazes de assumir uma postura diferente da que costumavam “pregar”, embora
assim o desejasse. Eu como sou um bocado atrevida, vou pedir um pouco mais. Que
tal adicionar aí um pouco mais de verdade, menos medo, mais vontade e, muito menos julgamentos às pessoas.
Mas para ficar ainda melhor
basta que aprendamos a viver sem nos incomodar ou nos intrometer com as
atitudes alheias, por mais que elas nos atinjam. Cada pessoa tem o direito de
ser o que quiser, e como diria CaetanoVeloso numa música que ouvi hoje, nem a
propósito “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Respeitemos a opinião de cada um, por somos todos
diferentes. Agora ser hipócrita jamais.
A fotografia nada tem a ver com o texto, mas gosto muito dela ....
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