Desatar as palavras das cordas vocais – Violência doméstica
Vivo este dilema quase diariamente. Não sei o que posso
fazer mas assistir a tudo esta situação de braços cruzados, fico doente . Sim
porque isto é um massacre, para o que oiço, diariamente e leio, só nestes últimos 3 meses 2 dezenas de mulheres
foram vitimas de violência domestica. Pensemos bem neste numero de mulheres
assassinadas em Portugal por ex-companheiros ou maridos, e este numero não deve
ser muito fiável, porque nos vai chegando
a conta-gotas, durante dias, semanas e por aí fora, onde todos juntos somam
este numero …..
Recuso-me a ouvir estas coisas e ficar impune a esta realidade;
não tenho solução, é certo, e quem sou
eu para ter soluções? É um massacre
total e absoluto no meu entender, mas penso ao mesmo tempo que temos a
responsabilidade nacional de pensarmos em conjunto numa solução, continuo
dizendo, não sei como, mas tem de haver, porque não se pode baixar a cabeça a
mais um, e mais um , e mais um homicídio, baixar os braços, e mostrar somente um
sentimento de pena.
E mais, tenho a certeza que deve existir um impressionante pelotão de potenciais
vitimas, que vivem em ameaça constante e
tem medo de contar, dizer, dar a cara.
Todos os dias ouvimos que naqueles países do 3º mundo que
andam atrasados 300 anos, Iraque por exemplo, que foram postas crianças inocentes
em várias filas ajoelhados, para serem mortas a sangue frio, arrepiante tudo
isto, imagem que dificilmente conseguimos tirar da nossa memória. Mas, não
pensamos no numero de mulheres assassinadas juntamente com os filhos, que diariamente
mesmo aqui ao nosso lado também são assassinadas sem dó nem piedade, e não fazemos
nada, não pode ser.
Penso, que talvez seja uma das soluções ( opinião vale o que
vale, a minha ) os políticos , a policia, e a justiça, se se juntassem e debatessem este assunto,, em torno deste verdadeiro drama nacional, psicólogos
e psiquiatras também, porque esses poderão
“compreender” melhor este fenónomo onde já começam a aparecer os filhos, e as famílias juntamente….
Enquanto cidadã acho que estaremos todos interessados em não
perder esta batalha, que é simplesmente ensinar e lutar pelo Bem contra o Mal. É
essa capacidade de distinguir que faz de nós elementos de uma civilização.
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