Hoje apeteceu-me escrever uma carta a um amigo inexistente, virtual ( juro que não estou louca!!! ) a minha
sanidade mental penso estar ainda orientada mas se faço muitas destas, já
começam a duvidar e têm razão, não é só hoje … ( mas se alguém se quiser rever
e pensar que pode ser para ele está à vontade )…. Estou a brincar!!!!
Meu querido amigo,
Perdoa-me pela ausência, certamente ela deve ser maior para
mim do que para ti. Mesmo assim, perdoa-me na mesma... Quando tu apareces-te na minha vida que foi
muito bem vinda, debati-me com uma grata surpresa que muito me tem dado que pensar, muito tem provocado, muito
tem-me despertado. E quando estás presente, com tanto carinho assim, gratuito,
e tanto sorriso no rosto (que me roubas com o meu consentimento), que a
conversa flui como uma leve, brisa perfumada de primavera. Estou tão à vontade
contigo, tanto que, revelo-me para ti como poucas vezes o fui capaz de o fazer .
É de causar
estranheza a todos os que me conhecem ( e a mim também) desse desabrochar repentino.
Sobretudo porque uma águia costuma espreitar, sem se mostrar. Uma águia não tem pétalas,
tem garras, mas não para ti. Para ti ela se deixa florir, colorir e perfumar.
Veste roupas que se adequam a uma festa e sai docemente, deixando um rasto de
perfume de rosas, e flores do campo, felinamente feliz.
Ah! Que presente lindo poder ser assim, simplesmente ser,
estar, e contemplar.
É desta maneira, que tua amiga contemplativa e “caricata”
fica, livre, suave, ate na mais forte torrente interior. Sabes uma coisa? Imagina
a espuma da agua quando chega à praia
suavemente? Estar a teu lado é esta a maneira como eu me sinto. É como ser a espuma
da agua, è como fazer parte de algo que, pequeno, grande e único, se transforma o tempo todo, tudo de uma só
vez. E se é tão bom, porque foges?! (Imagino que possas estar neste momento a interrogar-te
ao saber isto.) É que ainda não aprendi a lidar com essa sensação, nem a lidar
com tantas novidades do momento vertiginosamente novo em que vivo. E quando estou contigo pode aparecer ,
montanha russa, roda gigante, ( coisas
das quais tenho horror… ) nada me assusta. Poucos medos tenho nesta vida, senão de mim
mesma, e se te lembras, já te disse isso uma vez. Mas, falando contigo, sou tão eu, que até a minha
alma se liberta completamente e fala com a voracidade da fome de mais de cinquenta
coisas inexistentes.
E, nem todas as coisas que ela fala, eu entendo ou conheço, juro!!!
de algumas não gosto, outras ainda não sei, é como cavalgar sem beijar o vento.
Ah! mas tem algumas, cujo brilho me encanta tanto que me faz ter vontade de
levar talvez para um baile, daqueles que existiam antigamente. Amigo, esta
carta era p’ra falar de ti, mas como ninguém te conhece a ti tão bem quanto tu.
Mas eu, tenho toda garantia, que conheço melhor que ninguém, a tua enorme
habilidade de fazer alguém pensar, assim mesmo “através”, “atravessado” ou “atravessando”
com os teu olhar o que vai dentro da tua alma….. pleonasticamente, claro. ( não sei se pode dizer esta palavra, acho que
não, penso ser um brasileirismo ) .
Obrigada, meu amigo, por me ajudares a olhar, ver e sentir, coisas diferentes.
Vendo-me a mim, vejo-te também a ti, e vi, que o Universo não
e só um verso, pode ser a versão melhor, e maior de uma canção que se canta em varias
vozes a mesma melodia em diferentes compassos. E a minha, tem o compasso do coração
que sorri e aplaude a tua melodia. Pode um ser cliché e é, mas, digo na mesma,
com a maior das força e sentimento tão… tão profundo, obrigado, por existires.
Mary Dolce de Orta
Caldas da Rainha, 23-10-2014
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