Hoje apetece-me dizer isto …
Embora quase desde que nasci tenha deparado com violências, agressões morais e físicas,
discriminações sociais de muitos tipos e demências emocionais, não me vai
preocupar, nunca me preocupou os juízos de valores que outros fazem da minha
pessoa, do meu carácter ou da minha forma de estar na vida, mesmo que por algum
motivo tenha exposto de certa forma a minha vivência, o meu percurso de vida,
antes mesmo de ter o sarampo, e a papeira .
Apenas aprendi com a vida a insurgir-me em muitas questões e
a dar valor as pequeninas mas importantes “coisas”, o afecto, a amizade, a
verdade, o companheirismo, o espírito de entreajuda, o dar e receber sem
cobranças, cobranças essas que quando existem eu lhes chamo de contabilidade
miserável. E a apelido desta forma quando alguém diz: “…se dei, ou fiz isto ou
aquilo, tenho que receber com o mesmo peso e medida”. Pela forma como tenho
vindo a conhecer o ser humano ao longo do meu meio século, atrevo-me a dizer
que 70% pensa desta forma, daí a expressão “só dou um chouriço a quem me der um
porco”.
Sei o que é ter muito, pouco, e o suficiente . Mas o facto
de ter passado por todas estas etapas me fez entender que a vida se resume a
muito mais que valores materiais e sempre tentando retirar o melhor das
chamadas más etapas, não deixando o que na realidade me faz doer bem fundo,
ficar demasiadamente enraizado na minha mente, porque isso me tornaria fria,
insensível, egoísta e desacreditada no ser humano. ( que por vezes me acontece,
confesso, e por isso se calhar eu gostar tanto de animais. )
Ter ética, tolerância, olhar o outro, aceitar, distinguir o
bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto. Palavras bonitas que
indicam princípios e valores morais. Muitas são as vezes que não passam de
meras palavras, numa perspectiva de sociedade que se pretende saudável onde não
deveria coexistir conceitos como apartheid, racismo, segregação racial,
fascismo, descriminação, opções sexuais etc. etc….A igualdade é um factor
positivo de uma mente sã.
São de facto muitas, a falta de ética, e suas
descriminações. Vou completar com apenas uma de muitas. A deficiência física,
outra espécie de descriminação tão presente e real.
O corpo marcado pela deficiência lembra a imperfeição
humana. Como a nossa sociedade faz culto do corpo perfeito e aparentemente
saudável, aqueles que portam deficiência, lembram aquela fragilidade que se
quer negar.
Valorizar o ser humano na sua essência e não pela sua
aparência. Forma essa que transmite às gerações vindouras que o respeito ao
outro ser humano, independentemente da sua cor, raça, etnia, característica
física ou intelectual, é uma demonstração de humanidade. de sabedoria e
categoria, eis o que sempre incuti nos meus filhos ( talvez por eu ter um filho
diferente ) me faça ver as coisas de outra fora e incutirei , nos amigos, nos
filhos dos amigos e em todos que fazem parte do meu circulo de amizades e
familiares..
Cheguei a uma fase da
minha vida que cada vez estou mais selectiva, quem não partilhar destes mesmos valores
não vale a pena chegarem-se a mim porque eu dispenso-os !!!
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