segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Talvez um dia ....




Talvez um dia ….

Estamos em Janeiro os raios de Sol são escassos e não têm forças para contrariarem a Natureza. Eu sei que não é a sua altura de reinar. Têm que dar lugar aos seus parceiros , chuva, vento e neve.
Tal como o Sol hoje também acordei ( continuo doente como referi ontem), com uma certa nostalgia ,talvez porque sem querer não consigo deixar de pensar ((meu grande defeito) em me envolver com o que me rodeia. Às vezes queria fechar os olhos, e tornar-me num pedaço de gelo que só derretesse nos meus dias de Sol. Ontem à noite, uma amiga ao telefone numa de me desejar um bom ano, queixou-se dos seus encontros e desencontros do seu casamento, da decisão que sabia que deveria tomar, mas, sente a tal falta de coragem, do medo da recriminação dos outros e o receio de recomeçar tudo de novo ... trinta e tal anos quase quarenta de sonhos desfeitos, uma vida de mentiras disfarçada em festas, bons carros, bons almoços e muitas e boas viagens à volta do mundo e cruzeiros e mais cruzeiros, mas afinal tudo não passava de uma ilusão, uma vida de princesa que se tornou de repente em gata borralheira. Afinal atrás de cada castelo, (nossas casas) há muitas lágrimas escondidas e segredos atafulhados em baús e arcas de cânfora ... mas um dia, talvez ela consiga ter forças para ver que lá fora há um mundo à espera dela, nem melhor , nem pior , apenas diferente e que lhe pode oferecer um recomeçar, com menos ansiedade, menos desespero, e menos lágrimas escondidas.
A vida tem-me ensinado que podemos demorar a levantar-nos depois de várias quedas, mas que acabamos sempre por nos erguer. Se continuarmos a viver uma vida que não nos pertence é um cai e levanta constante que nos faz sentir desequilibrados e sem saber se queremos cair ou levantar. Se estivermos caídos no chão sofremos em silêncio se nos levantarmos temos que olhar em frente e viver a vida que escolhemos, mas muitas vezes não lemos bem o guião porque senão certamente não tínhamos aceite o papel principal ... de um filme que não parece ser nosso ...

E mais, há outros, os virtuais, porque a partir do momento que falam comigo, ou a sério ou a brincar, e desabafamos juntos, não importa a cor dos olhos ou o rosto, são pessoas que começam a fazer parte da minha vida e eu preocupo-me com eles sinto-lhes a falta sempre que estão mais ausentes. Comentaram os seus encontros e desencontros, o seu desanimo com a vida, a sua falta de motivação ...mas afinal, será que as pessoas vivem ou sobrevivem? tanta gente lamenta a sua dor, e o seu percurso e de vez em quando, juntando os meus e os dos outros, dou comigo a pensar nisto tudo e a tal nostalgia instala-se ...
E assim, o dia vai correndo, o Sol tenta impor o seu reinado mas não consegue aparecer, talvez por ser Janeiro ...e toda “engripada” juntamente com algum cansaço de quem já desbravou muitos caminhos e tropeçou em muitas pedras, saltou muros bastante altos, mas seguiu sempre em frente e não é que encontrou um "princípe" neste caminho de curvas e complicado? que sorte eh! eh!!!

As pessoas há medida que vão envelhecendo mudam por dentro e por fora… e há medida que a sociedade e as tecnologia foi evoluindo parece-me que vão vestindo o fato da indiferença e isso confesso que me assusta ...
Enfim, finalmenteo Sol vai abrindo e vou tentando viver mais um dia e esperar que chegue depressa a noite para me encontrar no silêncio, depois da familia descansar, eu ter uns minutos, ou umas horas para mim , para renascer de novo ...

( vê-se que não é bem o caso porque hoje “tive tempo” …)

Sem comentários:

Enviar um comentário