sábado, 11 de dezembro de 2010

Errar é importante ...




Vivemos numa cultura que não valoriza o poder do erro. Pelo contrário, é visto como um “alvo a abater” ou um mal que devemos “varrer o mais depressa possível para debaixo do tapete” e como algo que gostamos de apontar aos outros.

É interessante olharmos para as diferentes culturas. Em algumas, o erro chega mesmo a ser procurado de forma quase obsessiva, pois é visto como informação preciosa no sentido da aprendizagem, do crescimento. Procuram-se fazer pequenos erros, falhando rápido, para aprender depressa. Nestas culturas, não existe também o sentimento de culpa face ao erro, pois considera-se que a pessoa faz sempre aquilo que está ao seu alcance, dentro dos seus conhecimentos, assim como dos seus condicionamentos. Dessa forma a culpa perante o erro não faz sentido, apenas a aprendizagem que se pode retirar da situação.

Já pensou que “as boas decisões são o resultado do bom juízo e que o bom juízo é o resultado das más decisões”? O que seria se quando era criança e estivesse a dar os primeiros passos tivesse desistido na primeira vez que caiu? Ou que os seus pais lhe tivessem feito comentários como “dessa forma nunca vais chegar a lado nenhum”. Onde acha que hoje, literalmente, andaria?

Deveria haver uma educação para o erro na nossa cultura. Não falo, obviamente, do erro pelo erro; falo do erro para aprender, para crescer, para evoluir; do erro seguido de reflexão e de tomada de consciência sobre como se pode melhorar.

Somos seres exploradores por natureza e precisamos de ser confrontados com novas situações para desenvolvermos novas competências. Obviamente que nos podemos e devemos preparar, adquirindo conhecimento por diversas vias mas, em última análise, só quando colocamos a “mão na massa” é que a conseguimos realmente “amassar”.

Assim, da próxima vez que estiver perante um desafio dê um pequeno passo em frente. Permita-se a si própria errar. Mas não fique por aqui. Aprenda com os erros, veja-os como “fertilizante” no seu processo de crescimento pessoal. Até há quem defenda que se não errarmos pelo menos duas vezes por semana é porque não nos estamos a esforçar o suficiente. Nesse sentido, erre depressa e erre bem. Mas calma, não corra logo para o próximo erro. Analise primeiro esse “cromo” e cole-o na sua “caderneta da vida”, de forma a não ter que voltar a comprar o mesmo.

Notas do sapo lazer ...

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