domingo, 15 de abril de 2018

Sentada numa simples esplanada ...será loucura?



Ai a loucura ...


Sentada naquela mesa de uma simples esplanada de um jardim, bastante acolhedora por sinal, a empregada traz uma chávena de café, à medida que o bebo acendo um cigarro, comprei um maço há poucos minutos e resolvi que estes seriam os meus 20 amigos naquela tarde, em silêncio. Mal o acendo surgem pensamentos inconstantes, consoante o movimento, mais pensamentos. 
Olhar para o vazio e pensar nele por vezes ajuda, por outras é angustiante. Vazio este de coisas que já não são, que ocupam o lugar de pessoas ou de algo. Por mais que um vazio seja nada, pesa. Será por isso que tentamos por coisas dentro dele? Mesmo sem termos a noção se cabem?
Naturalmente pensamos que eles devem ser preenchidos, mas nem sempre isso é possível, pensamos que cabem ilusões e vontades de que o nada vire tudo. É preciso saber lidar com o que não é, ou deixou de ser, ou jamais será.
Decidi que por hoje não vou decidir nada, porque não decidir pode ser bastante sensato para algumas decisões em alguns momentos, agora não há nada que se resolva por completo, penso que será melhor deixar as coisas como elas devem de estar, por outras palavras, pensei que pensar de mais mata tudo o que há de belo e verdadeiro na vida. Comecei a achar que estava num caminho, somente num caminho, sem que ele tivesse a exigência de ser certo ou errado.
De repente corre um ventinho, o meu corpo arrepia-se, é como se estivesse ali alguém que não pode ser visto, alguém que não se quer mostrar mas que transmite algum conforto apesar da sua transparência, senti algo pousar no meu ombro, talvez uma mão, manifestando um “eu estou aqui”. Ao mesmo tempo o cigarro apaga-se e o corpo fica frio, é como todos aqueles pensamentos tivessem desaparecido sem mais nem menos. 


Lembrei-me, então, da palavra loucura...

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