terça-feira, 13 de setembro de 2016

Amor aos animais, que loucura é essa?



Amor aos animais, que loucura é essa?

Eu  participo sempre que posso activamente na luta pela protecção dos animais, e oiço muitas perguntas e afirmações como estas: “Tanta criança na rua com fome e as pessoas não ligam nenhuma e só se preocupam em alimentar os animais!” “ as pessoas que cuidam de animais de rua são todas meio loucas?”
 E o que eu acho disto?  falta de ter  que fazer, se for nova precisa de arranjar  um filho, se for mais velha, precisa de ocupações …. E outra  “ cuidar de bichos é coisa de gente carente”. Estas são  frases que se ouvem muito e as  menos agressivas, acredito que somente quem vive ligado a uma “abrigo” , ou quem é protector independente, saiba do que eu estou a falar.

Já me questionei muitas vezes por que é que quem gosta de animais e trata deles sofre tantas críticas. O que tenho observado é que elas costumam vir sempre de pessoas mal amadas, sem interesses e objectivos com o que não seja relacionado consigo própria/o, nunca são militantes de “causa alguma” e, apesar de criticarem a nossa actividade, nunca foram pessoas que ajudaram nem crianças, nem idosos, nem ninguém. Ficam apenas incomodadas. Mas não fazem nada com os humanos tambem…..


Nos dias de hoje, as “instituições de abrigos de animais e protecção” têm uma representatividade cada vez maior na sociedade. As novas gerações cada vez mais já se consciencializaram que podem viver sem ingerir carne, e algumas não utilizam nada que seja de origem animal. Eu acredito que seja o ser humano a evoluir, se compararmos com os hábitos da nossa espécie na Idade Média, por exemplo.

 Os animais nossos companheiros ……

Mas de onde vem esse amor? Sim, amor, e talvez por isso seja loucura. Amor e loucura caminham juntos (leiam o mito de Eros e Psiquê). Acredito que eu não tenha que me estender descrevendo a imensidão do meu amor pelos animais – quem já se permitiu amar e ser amado por um deles sabe do que falo; quem não se permitiu, ainda vai a  tempo. A verdade é que esse amor pode nos trazer cura, paz, felicidade e não há nada mais gratuito do que a relação afectiva com um animal.

Além de já nos terem  provado serem óptimos companheiros, os animais auxiliam na cura dentro dos hospitais, na reabilitação nos centros de equoterapia, e  mostram-nos que podem amar livremente, sem cobrar quase nada em troca, a não ser o próprio amor. Mesmo seres humanos que ainda não aprenderam a amar acabam  rendendo-se quando a relação é com um animal de estimação – que como o próprio nome diz, é feito para se estimar. É como se disséssemos ao nosso cérebro: “dele eu posso gostar”. Não há dor na relação com o animal, a não ser a dor da perda, por isso muitos humanos a preferem, principalmente o que já sofreram alguma decepção com a raça humana.

O afecto pelos animais só traz benefícios. De uma forma geral, as crianças que crescem com animais de estimação desenvolvem com mais competências as relações e a comunicação, tendo isso efeitos directos na sua auto-estima. Os animais tornam-se companheiros fiéis e confidentes, parceiros de jogo e brincadeiras e gostam quase “sem limites” dos seus donos.
Com os seus animais de estimação, as crianças partilham alegrias e tristezas, medos, raivas e desgostos, bem como os seus próprios pensamentos. Além disso, só a própria textura dos animais (o pelo fofo que lhes faz lembrar aquele urso de pelúcia que tanto gostavam) é muito calorosa.

Penso que tanto as pessoas como os animais podem ganhar muito a partir de uma convivência harmoniosa. Os estudos mais recentes têm demonstrado que existem vários benefícios dos animais de companhia para o bem-estar geral, o desenvolvimento psicológico, social e a qualidade de vida das pessoas.

Tudo indica que a interacção com animais de companhia provoca nas pessoas resultados fisiológicos, psicológicos e sociais. Por exemplo, as pessoas com animais de companhia apresentam menor número de visitas a médicos e gastos mais baixos com medicação. Apresentam, também, níveis de solidão, depressão e ansiedade mais baixos. Verifica-se, ainda, que os animais de companhia funcionam como facilitadores sociais e de integração para crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência. Estes são apenas alguns resultados encontrados nas centenas de estudos que já foram realizados por psicólogos, psiquiatras e médicos.

Como dizia da Vinci

Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais; e nesse dia, um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade.”

-Leonardo da Vinci-


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