terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

 
Achei tão lindas e tão doces estas palavras  que resolvi partilhar ..... mesmo com dores e a ranger, sejam felizes.
 
 
 
As palavras começam a ficar velhas: têm
dores nas articulações e rangem, de vez
em quando, sem razão; reclamam óleos
e resinas, tempo e açúcares mais lentos.

Mas também eu estou velha demais para

oficinas, tão cansada de livros e papéis,
morta por viver outras coisas – por amor,

talvez espreitasse de novo nas mangas do

mundo e escrevesse uma fiada de búzios
no pulso da areia. Mas quantos dos teus
beijos perderia? Perdoem-me os que

ainda esperam por mim?


Não, não sei se volto.



Maria do Rosário Pedreira -[in Poesia Reunida, Quetzal, 2012]


 

 

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