Este blogue não é de leitura obrigatória mas, traduz-se por abrir janelas e deixar entrar sem nenhum medo outros olhares ... aqui, será o encontro com aqueles que tal como eu, apreciam as palavras, as letras a natureza, o sol a poesia e o amor. ......Todos nós somos feitos de pedaços, pedaços de gente, pedaços de terras por onde passamos, pedaços de cultura, de arte, de música, de vivências, de amor ou tristeza, cabendo a cada um saber tirar partido do melhor pedaço que há em si.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Álvaro Cunhal IV ...
A Tortura ....
Intervenção de Álvaro Cunhal no seu julgamento no Tribunal Plenário, de 2 a 9 de Maio de 1950:
“Como membro do PCP, como filho adoptivo do proletariado, cumpri os meus deveres para com o meu partido e o meu povo. É isto que interessa que fique provado (…).
De facto, na PIDE foram-me feitas variadas perguntas relacionadas com a minha actividade política.
A todas elas me recusei a responder com o fundamento - que mantenho - de que um membro do Partido Comunista Português (…) não tem quaisquer declarações a fazer à polícia política.
“Da primeira vez que fui preso, como me negasse a prestar declarações, algemaram-me, meteram-me no meio de uma roda de agentes (da PIDE) e espancaram-me a murro, pontapé, cavalo-marinho e com umas grossas tábuas com uns cabos apropriados. (…) Isto repetiu-se numerosas vezes, durante largo tempo, até que perdi os sentidos, estando 5 dias sem praticamente dar acordo de mim.”
A Defesa ....
A 2 de Maio de 1950 iniciou-se o julgamento de Álvaro Cunhal no Tribunal Plenário da Boa Hora. Na bancada da acusação, a PIDE. Na bancada de defesa, o seu pai, Avelino Cunhal e Luís Francisco Rebelo.
No entanto, o dirigente comunista encarregou-se da sua própria defesa e de improviso, nos dois primeiros dias do julgamento, falou durante mais de dez horas.
“Nós queremos que a política seguida em Portugal seja efectivamente portuguesa, seja determinada pelos interesses da maioria da população portuguesa e não pelos interesses de um ínfimo punhado de multimilionários que se tornam cúmplices dos imperialistas estrangeiros nos conselhos de administração das grandes companhias. Nós queremos que a independência portuguesa seja uma realidade vivida pelo nosso povo e não uma frase publicitária ...
Assim termina este meu pequeno tributo a este Grande!!!
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